Meio Ambiente

  • Author: Vários
  • Narrator: Vários
  • Publisher: Podcast
  • Duration: 6:00:00
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Synopsis

Entrevistas sobre todos os temas relacionados ao meio ambiente. Análises sobre os principais desafios no combate ao aquecimento global, à poluição. Iniciativas para proteção dos ecossistemas e reflexão sobre políticas de prevenção de catástrofes naturais e industriais.

Episodes

  • Recursos genéticos e financiamento de acordo histórico são foco da COP16 da Biodiversidade

    17/10/2024 Duration: 24min

    Setenta por cento dos ecossistemas do planeta já estão degradados, o que ameaça a sobrevivência de 1 milhão de espécies. Para reverter essa tendência, representantes de 196 países voltam a se reunir para negociar a implementação do histórico Marco Global da Biodiversidade, aprovado há dois anos. Lúcia Müzell, da RFI em ParisA 16ª Conferência da Biodiversidade da ONU acontece em Cali, na Colômbia, a partir de segunda-feira (21), durante duas semanas. Será a primeira reunião de cúpula desde a assinatura do tratado, que estabeleceu 23 objetivos a serem cumpridos até 2030 para o mundo reverter a perda da natureza, ameaçada pelo aquecimento global, a poluição, a agricultura e a pesca intensivas e outras intervenções humanas. Neste prazo, os países concordaram em proteger no mínimo 30% dos seus territórios.“Alguns países têm muita biodiversidade e outros têm pouquíssima. Isso dá um sabor diferente aos trabalhos da convenção, porque se você cria metas de conservação muito ambiciosas, quem vai ter que arcar são os pa

  • Desequilíbrios na Antártida impactam no clima e ameaçam biodiversidade marinha até no Brasil

    10/10/2024 Duration: 14min

    A notícia de que a cobertura vegetal do continente antártico se acelerou a um ritmo surpreendente nas últimas décadas chama a atenção para os desequilíbrios em curso no polo sul, até então mais poupado das mudanças climáticas. O que acontece na Antártida, entretanto, tem consequências em todo o planeta – em especial para a regulação do clima e a preservação da biodiversidade marinha. Lúcia Müzell, da RFI em ParisImagens de satélite do continente gelado indicam que as superfícies rochosas da península antártica, ao norte, se tornaram 14 vezes mais verdes nos últimos 35 anos, graças à multiplicação de musgos e líquens, tipos de fungos vegetais. A ampliação das áreas verdes é um símbolo do aquecimento da temperatura na região, nos últimos 60 anos.Nas zonas mais expostas, a alta da temperatura pode atingir 0,34°C por década até o fim deste século. As conclusões dos cientistas da Universidade de Exeter foram publicadas na revista científica britânica Nature Geoscience.A proteção da "Amazônia branca", como apelidou

  • Como o Reino Unido conseguiu ser o primeiro país desenvolvido a se livrar da energia a carvão

    03/10/2024 Duration: 14min

    O Reino Unido se tornou o primeiro entre os países desenvolvidos a se livrar da energia a carvão – um marco na virada das fontes fósseis, ponto de partida da era industrial moderna, para as energias renováveis, que limitam o aquecimento do planeta. Lúcia Müzell, da RFI em ParisA poucos dias do fechamento da última usina da Inglaterra, o engenheiro ferroviário Ray State se recorda que o sonho de qualquer um na região de Nottingham era ter uma oportunidade de trabalhar no local. A central de Ratcliffe-on-Soar fornecia energia para os britânicos havia quase 60 anos.“Era chamado de 'rei carvão'. A nossa revolução industrial foi baseada no carvão”, contou ele à reportagem RFI. "A nossa luz, as nossas indústrias, tudo funcionava a carvão."A primeira termelétrica do mundo foi aberta em Londres por Thomas Edison, o inventor da lâmpada, em 1882. Agora, o país inova mais uma vez ao ser pioneiro no fim da energia mais poluente.State, hoje aposentado, era um dos responsáveis pelo transporte do carvão até Ratcliffe, inaug

  • ‘Relevância’ de minerais do fundo mar para a transição será decidida pelos países, diz brasileira na ONU

    26/09/2024 Duration: 20min

    A diplomata brasileira Letícia Carvalho, eleita em agosto secretária-executiva da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA), braço das Nações Unidas sobre o tema, tem à frente um desafio histórico: obter consenso dos países membros para a definição de um código da mineração no fundo do mar, já no seu primeiro ano de mandato, em 2025. Lúcia Müzell, da RFI em ParisO documento deve regulamentar as regras do jogo para a eventual exploração comercial dos recursos minerais guardados nas profundezas dos oceanos. Segundo seus defensores, os metais raros como níquel, cobre, cobalto ou magnésio ali depositados serão, cedo ou tarde, indispensáveis para a transição energética na superfície terrestre, para a fabricação de infraestruturas para energias renováveis e veículos elétricos.“Os minerais e metais encontrados no fundo do leito oceânico são, com certeza absoluta – a ciência já provou –, uma das fontes energéticas promissoras. No meu entender, eles fazem parte das soluções para substituição de combustíveis f

  • Incêndios fora de controle são demonstração de força do lobby antiambiental no Brasil

    19/09/2024 Duration: 13min

    Com 60% do Brasil tomado por fumaça e queimadas, inclusive nas principais metrópoles, a temporada de incêndios florestais de 2024 simboliza o poder de destruição dos diferentes lobbies antiambientais no país. A tragédia evidencia um Estado impotente para enfrentar uma vasta articulação criminosa, que se ramifica nos governos estaduais, no Congresso Nacional e na Justiça. Lúcia Müzell, da RFI em ParisO Ministério do Meio Ambiente e a Polícia Federal suspeitam que grande parte dos cerca de 2 mil focos de incêndio foram lançados de maneira coordenada e criminosa. O manejo da terra por fogo está proibido no território nacional.A ministra Marina Silva denuncia atos de “terrorismo climático” no país. Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, concorda com a definição. "Se alguém pratica terrorismo ambiental hoje no Brasil, é o Congresso Nacional, além desse terrorismo sendo praticado no chão da floresta. Você tem há muitos anos no Brasil um crime que se organizou, enriqueceu, tomou o lugar de po

  • Inteligência artificial faz disparar poluição digital, mas também é aliada do planeta

    12/09/2024 Duration: 09min

    Ainda pouco conhecida do grande público, a poluição digital ganha novas proporções com a inteligência artificial. Uma pesquisa feita por IA gera pelo menos 10 vezes mais impacto ambiental que um buscador comum. Mas, ao mesmo tempo, a tecnologia também é uma aliada poderosa do meio ambiente. Depois de e-mails, mensagens e streaming, agora são as emissões de gases de efeito estufa da inteligência artificial que causam preocupação aos cientistas, mas também ao mundo empresarial – incitado a publicar balanços de CO2 das suas atividades. Na corrida pelo net zero (estratégia de descarbonização), entretanto, aparece uma barreira colossal: a IA, ao processar uma quantidade imensa de dados, tem o potencial de esfacelar qualquer meta de redução de emissões, sobretudo das empresas de tecnologia.Dois exemplos resumem bem o que está em jogo: em julho, o Google divulgou que as suas emissões cresceram quase 50% nos últimos cinco anos, depois que a companhia passou a investir pesado em inteligência artificial. Dois meses ant

  • Apesar das críticas, despoluição do rio Sena é o maior legado das Olimpíadas de Paris

    05/09/2024 Duration: 21min

    A organização das Olimpíadas e Paralimpíadas em Paris deu à cidade um prazo para a realização de um antigo sonho: a despoluição do rio Sena. Apesar das críticas, o projeto bilionário é o maior legado do evento esportivo para a capital francesa.  Lúcia Müzell, da RFI A epopeia começou há 10 anos, quando Paris foi escolhida para sediar os Jogos de 2024. Fazia um século que a poluição interditava o banho no Sena, mas mesmo assim, a cidade prometeu que algumas das provas de natação ocorreriam no rio. Mais do que um compromisso com o Comitê Olímpico Internacional (COI), o objetivo se tornou uma questão de honra para prefeitura municipal, que queria devolver o Sena para os parisienses.“Todos os esforços de despoluição sempre são muito bem-vindos. Nós precisamos fazê-los porque sabemos que os problemas ambientais vão ficando cada vez mais complicados, portanto, vai sendo cada vez mais difícil de eles serem resolvidos”, salienta professora Monica Ferreira Porto, especialista em recursos hídricos e qualidade da água d

  • Modelo atual dos Jogos Olímpicos é incompatível com mundo de baixo carbono, afirma pesquisador

    18/07/2024 Duration: 08min

    A cada edição, o país sede de uma Olimpíada ou uma Copa do Mundo promete ter o menor impacto ambiental da história – mas, na prática, os objetivos iniciais jamais são cumpridos e o balanço final de emissões não é confiável. Paris 2024 não deve ser diferente, garante o pesquisador alemão Martin Müller, do Instituto de Geografia e Sustentabilidade da Universidade de Lausanne, na Suíça, cidade que abriga o Comitê Olímpico Internacional (COI). Lúcia Müzell, da RFI em ParisMüller dirige um estudo comparativo de megaeventos esportivos desde 1990 e traz um olhar cético sobre o discurso ambiental dos organizadores. Os responsáveis dos Jogos de Paris chegaram a prometer realizar a primeira Olimpíada com “contribuição positiva” para o planeta. Depois, evocaram brevemente a meta de as competições serem “neutras em emissões carbono”, graças a compensações com projetos de captura de CO₂ e apoio à sustentabilidade. Por fim, abandonaram o uso dessa expressão, uma admissão de que é impossível promover um evento desta magnitu

  • Pantanal em chamas: ação humana e mudança climática aproximam biomas brasileiros de colapso

    11/07/2024 Duration: 17min

    A nova sequência de queimadas recordes no Pantanal, na esteira de uma seca prolongada e escassez hídrica, lançam um alerta: as ações humanas associadas às mudanças do clima aproximam os biomas brasileiros do colapso. Nos últimos anos, os cientistas têm advertido sobre o chamado ponto de não retorno da Amazônia, mas os outros ecossistemas do país também correm o risco de não conseguirem mais se regenerar.    O desmatamento acentuado nos vizinhos Amazônia e Cerrado contribui para a seca que impacta no Pantanal. O nível do rio Paraguai, cujas cheias são cruciais para os ciclos da vida no bioma, está quase 70% mais baixo do que seria esperado para o período – e a tendência é piorar nos próximos meses. A atual crise hídrica deve ser a mais grave já registrada, alerta a organização WWF Brasil.  Uma nota técnica da ONG em parceria com a ArcPlan, especializada em geoprocessamento de dados, verificou que as inundações de 2024 simplesmente não aconteceram. A análise dos últimos anos não deixa dúvidas: a maior área cont

  • Eleições na França: extrema direita adapta discurso sobre o clima para pregar nacionalismo

    27/06/2024 Duration: 08min

    A poucos dias do primeiro turno das eleições antecipadas na França, organizações de defesa do meio ambiente e cientistas alertam sobre os riscos de um governo de extrema direita para o futuro da política ambiental do país, a segunda maior economia da União Europeia. O partido Reunião Nacional se opõe ao que chama de “ecologia punitiva”, defende o enfraquecimento do Pacto Verde europeu e de uma série de medidas que colocam a França no caminho da descarbonização completa até 2050. Lúcia Müzell, da RFI Brasil em ParisPara aumentar a sua aceitação popular, a legenda adaptou o discurso sobre o clima: deixou de lado as tiradas negacionistas e passou a evocar o tema para reforçar as posições nacionalistas que traçaram a sua história. A sigla de extrema direita compreendeu que, no contexto francês, não poderia mais rejeitar a crise climática se quisesse chegar ao poder.“Eles adotaram uma postura mais cautelosa: reconhecem a existência da desregulação climática, mas a responsabilidade direta do homem nisso ainda não é

  • Quase um quarto do território brasileiro já foi queimado nos últimos 40 anos, revela estudo

    18/06/2024 Duration: 21min

    Quase um quarto do território brasileiro já foi queimado pelo menos uma vez nas últimas quatro décadas. Desta área, mais de 68% era de vegetação nativa, principalmente na Amazônia e no Cerrado. A nova Coleção do MapBiomas Fogo, divulgada nesta terça-feira (18) pela iniciativa, também revela que, proporcionalmente, o Pantanal – atualmente consumido pelas chamas – é o bioma mais atingido. O relatório inclui dados de 1985 a 2023 sobre as queimadas em todo o Brasil, apoiados por imagens de satélite e inteligência artificial. No total, 199,1 milhões de hectares foram queimados no país, ou 23% do território nacional, afirma o estudo. O Mapbiomas reúne acadêmicos, organizações não-governamentais e empresas de tecnologia. Os três Estados brasileiros com maior avanço da agropecuária no período, Mato Grosso, Pará e Maranhão, concentram 46% dos registros históricos de fogo. Além disso, 65% da área afetada no país foi queimada mais de uma vez em 39 anos, sendo o Cerrado o bioma com a maior área queimada recorrente."As at

  • Conferência em Bonn falha em avançar no financiamento climático antes da COP29

    13/06/2024 Duration: 17min

    As delegações dos quase 200 países que participam da Conferência da ONU sobre as Mudanças do Clima encerram nesta quinta-feira (13), na Alemanha, dez dias de reuniões técnicas para encaminhar a COP29. Este ano, o evento acontecerá no Azerbaijão e se foca no delicado tema do financiamento climático – mas o encontro preparatório, na cidade de Bonn, falhou em trazer respostas para a questão. Lúcia Müzell, da RFI Brasil em ParisIsso significa que caberá aos ministros e chefes de Estado e de Governo tomarem as decisões, durante as duas semanas da COP, em novembro. Um dos principais objetivos é estabelecer uma nova meta anual de financiamento para os países em desenvolvimento conseguirem promover a transição para uma economia sem emissões de carbono e se adaptarem às mudanças do clima. Este montante, que substituirá os atuais US$ 100 bilhões, é estimado entre US$ 1,1 trilhão e US$ 1,4 trilhão.“Estamos um passo à frente de onde nos encontrávamos antes. Nós temos um texto. Porém, o conteúdo desse texto não é fruto de

  • O que a temporada ‘extraordinária' de furacões no Atlântico em 2024 alerta sobre o clima

    06/06/2024 Duration: 20min

    A Agência de Observação Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) alertou que a temporada de furacões do Atlântico de 2024, recém iniciada, deverá ser “extraordinária" este ano. O impacto das mudanças do clima sobre a frequência e a intensidade dos furacões e ciclones intriga os cientistas. Lúcia Müzell, da RFI Brasil em ParisSe, por um lado, eles são fenômenos climáticos naturais do planeta, por outro, o aumento da temperatura global, inclusive dos oceanos, tem levado a sua intensidade a também ser maior.A agência nunca havia previsto um número tão alto em suas projeções de maio: poderão ocorrer de quatro a sete furacões de categoria 3 ou mais, o que significa ter ventos superiores a 178 km/h, podendo chegar a 250km/h.Cientistas americanos chegam a defender que a escala Saffir-Simpson, que mede a força destes eventos e atualmente termina em 5, ficou obsoleta e deveria ser expandida para 6. O tema reúne alguns dos maiores especialistas do mundo em um colóquio na França, promovido pe

  • No auge do verão, Paris 2024 não terá ar condicionado na Vila Olímpica; entenda impacto ambiental

    30/05/2024 Duration: 06min

    A Olimpíada de Paris 2024 se apresenta como exemplar no quesito ambiental e optou por não equipar a Vila Olímpica com ar condicionado. A decisão causou insatisfação de algumas delegações, como a do Brasil, já que as competições ocorrerão em pleno verão europeu. Com a medida, Paris busca expandir a reflexão sobre quando a climatização é realmente necessária, em um mundo em plena adaptação para enfrentar temperaturas que serão cada vez mais quentes. Lúcia Müzell, da RFI Brasil em Paris Em julho e agosto, os termômetros podem chegar perto dos 40°C na capital francesa, uma realidade relativamente nova para os habitantes da cidade. Conforme a Agência Parisiense do Clima, o número médio de dias com tempo canicular por ano – ou seja, com temperatura máxima superior a 31°C durante o dia – passou de 7,2 para 16,6, na comparação com os dados do fim do século 19. O aumento, mais acelerado a partir dos anos 2000, foi ainda mais impressionante nas medições do calor noturno: na última metade do século retrasado, fazia mais

  • Por que evidências da mudança do clima, como enchentes no RS, não bastam para convencer negacionistas?

    24/05/2024 Duration: 09min

    As enchentes históricas no Rio Grande do Sul, o terceiro desastre climático no Estado em menos de um ano, fazem o Brasil sentir na pele o que os cientistas têm alertado há anos sobre as mudanças do clima que já ocorrem e vão se aprofundar. Mas as águas nos telhados das casas não bastaram para convencer uma minoria de brasileiros de que as alterações climáticas existem e, principalmente, são causadas pela ação humana. Como explicar a persistência do negacionismo, mesmo diante das evidências? Lúcia Müzell, da RFI Brasil em ParisUma ampla maioria de brasileiros, em torno de 90%, conforme pesquisas realizadas antes e depois da tragédia, reconhecem o problema. Entretanto, cerca de 15 a 20% dissociam a responsabilidade humana sobre o aquecimento do planeta e preferem acreditar em outras explicações.Essas versões vão desde os ciclos naturais da Terra até estudos sobre o espaço – como o projeto sobre a ionosfera Haarp, realizado nos Estados Unidos – ou conspirações internacionais que teriam forjado, de propósito, um

  • O que a catástrofe no RS ensina sobre o necessário financiamento climático

    16/05/2024 Duration: 24min

    As enchentes sem precedentes que afundaram o Rio Grande do Sul no caos ilustram o duro impacto das mudanças climáticas nos países menos desenvolvidos, onde falta estrutura de prevenção, de enfrentamento de desastres e, depois, de reconstrução. A tragédia expõe a necessidade de financiamento climático para as nações mais pobres enfrentarem os fenômenos extremos – mas, no caso do Brasil, também evidencia como o país negligencia os investimentos em adaptação às alterações do clima.  Lúcia Müzell, da RFI Brasil em ParisCidades inteiras gaúchas precisarão ser reconstruídas – casas, estradas, infraestruturas, serviços. Os governos nas diferentes esferas e instituições privadas agora se concentram no problema emergencial do resgate e apoio aos desabrigados e restabelecimento dos serviços atingidos. O cálculo preciso dos prejuízos de uma catástrofe dessa magnitude vai levar tempo. O número deve passar da centena de bilhões de reais – sobretudo se também incluir um plano estruturado para evitar que os futuros eventos

  • Ofensiva antiambiental no Congresso brasileiro está ainda mais forte que no governo Bolsonaro

    02/05/2024 Duration: 30min

    Enquanto o governo envia sinais contraditórios sobre o rumo da política ambiental no país, a bancada ruralista no Congresso acelera a ofensiva para promover retrocessos na legislação. O chamado “pacote da destruição” em tramitação na Câmara ou no Senado mais que triplicou em relação aos anos Jair Bolsonaro, denunciam organizações ambientalistas.  A lista atualmente conta com mais de 20 projetos de lei, entre eles alguns que visam desidratar o Código Florestal, maior instrumento legal de proteção das florestas no país. Os textos vistos como os mais perigosos são o PL 3.334/2023, que pode reduzir a área de preservação da Amazônia para 50%, em vez dos atuais 80%, o PL 364/2019, que transforma em áreas rurais aquelas com vegetação de tipo não florestal, como as do Cerrado e do Pantanal, os PLs 1366/2022 e o 10.273/2018, que amputam recursos financeiros de órgãos ambientais responsáveis pela fiscalização, como o Ibama, e o chamado PL da devastação, 2.159/2021, pelo qual as regras de licenciamento ambiental no Bras

  • Quarto maior consumidor de plásticos, Brasil busca avanços de acordo global de redução da poluição

    25/04/2024 Duration: 17min

    Representantes de 175 países, especialistas, organizações e lobistas da indústria realizam uma nova etapa de negociações das Nações Unidas de um tratado global contra a poluição dos plásticos – um derivado do petróleo onipresente na vida moderna. Ao mesmo tempo em que se tornaram banais, os plásticos ameaçam ecossistemas e atrasam o caminho para a redução do uso de fontes fósseis no mundo. Lúcia Müzell, da RFI Brasil em ParisA quarta rodada de diálogos, de um total de cinco, acontece em Ottawa, no Canadá. Nesta fase, a expectativa é os países conseguirem enxugar o texto que é negociado há quase dois anos. Até aqui, o processo tem sido marcado por fortes oposições entre os países produtores de petróleo, liderados pela Arábia Saudita, e os que desejam a adoção de um pacto internacional para limitar o consumo e a produção de determinados plásticos, como a maioria dos europeus. Um acordo final vinculante é esperado na reunião que ocorrerá em novembro, na Coreia do Sul."O tratado é muito longo, detalhado, e tem mu

  • Ações em tribunal europeu evidenciam limitações do sistema jurídico para proteger o planeta

    10/04/2024 Duration: 05min

    Ao condenar a Suíça por inação climática, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos tomou uma decisão histórica: pela primeira vez, um país foi incriminado pela Justiça por não fazer o suficiente para combater as mudanças do clima. A sentença gera jurisprudência e aumenta a pressão sobre os 46 Estados membros do Conselho da Europa – mas também evidencia as limitações que existem hoje nas ações judiciais pela causa ambiental. Lúcia Müzell, da RFI Brasil em ParisDesde 2021, a ONU reconhece como um dos direitos humanos o direito a um clima sadio. Agora, a corte europeia se tornou a primeira a aplicar esta determinação pela via judicial, depois de ser acionada por uma associação de idosas suíças.As “vovós suíças” alegaram que as mudanças do clima já atingem a sua saúde e as ondas de calor, mais frequentes devido ao aumento da temperatura do planeta, as colocam em risco de morte.Em uma breve entrevista coletiva ao deixar a corte em Estrasburgo, Anne Mahrer, copresidente da entidade, indicou que o próximo passo é pres

  • Após meses pendurados em árvores na França, ativistas ambientais obtêm nova vitória contra rodovia

    04/04/2024 Duration: 09min

    Há meses, ativistas franceses se revezam no alto de árvores ameaçadas por um projeto de construção de uma autoestrada no sudoeste do país. As ações de ocupação para a proteção de terrenos fazem parte da história do militantismo ecologista. Mas em uma era marcada pelo impacto das redes sociais e o aumento do quadro legal de proteção ambiental, essas mobilizações se tornaram um problema mais delicado para as autoridades. Na França, o ativista Thomas Brail, de 49 anos, virou o ícone da contestação das obras da rodovia A69, entre Toulouse e Castres. Cofundador do Grupo Nacional de Vigilância das Árvores, ele fez 40 dias de greve de fome na copa de um plátano, de onde só saiu para ser hospitalizado, quase inconsciente, em outubro de 2023.Na sequência, outros militantes assumiram o posto – o que lhes rendeu o apelido de “os esquilos da A69”. O movimento atraiu o apoio da ativista sueca Greta Thunberg, durante uma viagem ao país em fevereiro – mas não conseguiu paralisar o projeto.Quatro diferentes ações correm na j

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